Faz sentido almejar que uma sociedade estabeleça objetivos irrenunciáveis de longo prazo? Ou, adotando um individualismo exacerbado, deveríamos deixar que a interação diária entre milhões de indivíduos molde progressivamente nosso entorno? Tais perguntas revelam extremos de um complexo debate. Por um lado, não existe ação coletiva sem finalidade. No entanto, engana-se quem prevê uma trajetória linear entre a definição e a materialização de uma meta. A existência de prioridades não implica necessariamente um consenso sobre a melhor forma de obter ou avaliar resultados. No âmbito multilateral, metas nunca foram tão importantes. Diante da resiliência de noções como “soberania”, objetivos comuns facilitam a convergência de expectativas. No curto prazo, o foco no desfecho desvia as atenções de perguntas incômodas, como a viabilidade de uma negociação entre partes dotadas de considerável heterogeneidade. Da mesma forma, a abordagem legitima as diversas estratégias adotadas para a consecução de um dado fim. Afinal, o compartilhamento de uma mesma crença relativizaria eventuais desvios nos caminhos adotados para sua materialização. Não que a operacionalização de uma meta seja fácil. O exemplo dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) ilustra tais dificuldades. Embora poucos se oponham a princípios como “consumo e produção responsáveis”, são muitas as controvérsias quanto à...
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